"A você, que é uma promessa de cheiro, de chá, que coloca perfume nos pulsos e no pescoço, que tem receio de chorar onde não se chora, de falar o que não se deveria, que se controla e se autocensura para não se entregar.
A você que passa a vida a disciplinar o desespero, que segura a bolsa perto do quadril, que é suave para olhar de canto.
A você, que está aqui e não se resolve, porque não é aqui que está, mas dentro daquilo que procura. Alguns procuram um endereço; outros, um sentido.
(...)"
"Toda Manhã", de Fabrício Carpinejar. Em "O Amor Esquece de Começar" (crônicas).